POR QUE 1º DE MAIO VIROU O DIA DO TRABALHO?
A data foi estabelecida há 130 anos, durante um congresso socialista em Paris.
A data foi estabelecida em 1889 pela Segunda Internacional
Socialista, um congresso realizado em Paris que reuniu os principais partidos
socialistas e sindicatos de toda Europa.
Ao
escolher 1º de maio como Dia do Trabalho, os participantes desse encontro
prestaram uma homenagem aos operários dos Estados Unidos. É que, três anos
antes, os americanos organizaram uma gigantesca campanha por melhores condições
de trabalho, fazendo mais de 1.500 greves em todo o país. Uma das principais
reivindicações era a garantia da jornada de oito horas diárias, pois na época
alguns operários trabalhavam até 14 horas por dia.
Chicago se tornou um dos principais centros de protestos e uma das
manifestações na cidade terminou em tragédia. “A polícia reprimiu um movimento
de forma violenta, ocasionando a morte de quatro operários. Esses fatos
ocorreram no dia 1º de maio de 1886, passando essa data a simbolizar a luta dos
trabalhadores”, afirma o juiz Pedro Paulo Teixeira Manus, professor de Direito
do Trabalho da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Após
a 2ª Guerra, na União Soviética, as passeatas comemorativas e os desfiles
realizados no dia 1º de maio tornaram-se importantes eventos políticos. Hoje, a
data é celebrada em mais de 90 países.
Instituição do Dia do Trabalho no Brasil
No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1º de
maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e
começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira. Nas
duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de
trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de janeiro. Entre
esses movimentos, também figuravam ideologias como o anarcossindicalismo, de
matriz italiana, e o comunismo.
Em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das
maiores greves gerais já registradas. A força que o movimento dos trabalhadores
adquiriu era tamanha que, em 1924, o então presidente Arthur Bernardes acatou a
sugestão que já ventilava em várias partes do mundo de reservar o dia 1º de
maio como Dia do Trabalho no Brasil. Dessa forma, desde esse ano o 1º de maio
passou a ser feriado nacional. Na época do Estado Novo varguista, a data era deliberadamente usada para eventos de
autopromoção do governo, com festas para os trabalhadores e muitos discursos
demagógicos.
> Por Me. Cláudio Fernandes
> Por Me. Cláudio Fernandes
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