CONTÁGIO DE MACRON MOSTRA QUE QUALQUER UM PODE PEGAR COVID-19, DIZ IMPRENSA !!!!
Os jornais da França desta sexta-feira (18) repercutem a contaminação do presidente francês, Emmanuel Macron, testado positivo para a Covid 19. Se o estado de saúde dele não é motivo de preocupação, o caso deixa muitas lições sem escapar de polêmicas, dizem os jornais.
Segundo o diário, o
chefe de Estado francês é seguido de perto por um médico das Forças Armadas do
país. Em editorial, Le Parisien informa que Macron mudou vários
hábitos para tentar evitar o contágio: as reuniões do Conselho da
Defesa acontecem em um local mais espaçoso e não na sala apertada do
subsolo do Eliseu.
Nos bufês, os convidados evitam tocar em talheres usados por várias pessoas em volta da mesa para se servirem durante as refeições. Nada disso adiantou e está provado que o risco zero não existe, conclui o jornal.
O Parisien recapitula a agenda dos últimos dias de Macron e cita todas as pessoas com quem ele se encontrou, incluindo a participação no sorteio da Copa do Mundo de Rúgbi, o jantar para comemorar os 60 anos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e até o almoço com o primeiro-ministro português António Costa, que testou negativo mas decidiu ficar em observação.
Libération diz que a contaminação de Macron é
um fator positivo. Não no sentido de que ele esteja doente, afirma o jornal,
que deseja uma rápida recuperação do presidente. Mas caso de Macron lembra
que a França, país que cultiva mais do que qualquer outro a verticalidade do
poder, tem um "presidente normal." Libé lembra que não há
motivos para temer pela saúde de Macron pelo fato dele ser jovem e, salvo
segredo de estado, não ter outras doenças.
A
Covid de Macron deixa muitas questões em aberto, como a eficiência das medidas
sanitárias e a quantidade de encontros e reuniões neste período de
pandemia. Libération termina seu editorial questionando se
haverá mesmo uma transparência na informação sobre a evolução da doença, como
prometido pelo governo. Essa preocupação é legítima e vai confirmar se há mesmo
o respeito de uma "normalidade" do exercício do cargo, do qual Macron
não escapa.
Líderes com Covid, como Bolsonaro, lembrados
Le Figaro ironiza: "Breaking News",
o presidente francês é uma pessoa como outra qualquer. Sua função não é um
"totem de imunidade", diz o editorial do jornal. O caso já
provoca muita polêmica e questões sobre os gestos de proteção e a exemplaridade
requerida de um líder. Essa contaminação mostra que essa” política sanitária
sufocante não consegue dominar o vírus”. No final das contas, Emmanuel
Macron já tinha advertido: vamos ter que conviver com o vírus.
O diário conservador lembra que, na França, o
estado de saúde do presidente sempre foi um assunto sensível, para não dizer
tabu. A Constituição não prevê a obrigação de transparência sobre a saúde do
chefe de Estado, lembra o jornal. A reportagem lembra que Macron teve uma
fadiga em 2018 e teve que cancelar vários compromissos, mas nada de particular
foi assinalado por sua equipe de comunicação.
Le Figaro, assim como outros meios de
comunicação franceses, explicam como outros líderes gerenciaram sua comunicação
e seus casos de Covid, citando o presidente Donald Trump, o primeiro-ministro
Boris Johnson e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Le Figaro lembra que o “Capitão” foi
internado com sintomas como febre, tosse e cansaço e chegou a dizer que não
seria uma gripezinha que iria derrubá-lo. Bolsonaro, diz o jornal, disse
que um dia todos vão morrer e não adianta fugir da realidade. O artigo conclui
com a pesquisa Datafolha na qual a maioria dos brasileiros não responsabilizam
Bolsonaro pela propagação da epidemia.
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