GUERRA DA VACINA É UM CONFLITO SEM VENCEDORES !!!!
Um dia depois de o
ministro Paulo Guedes ter reafirmado que o desempenho da economia brasileira
depende da vacinação em massa, o Banco Central divulgou a ata da última reunião
do Conselho de Política Monetária, o Copom. Nela, os diretores e o presidente
do BC alertam para o risco de ocorrer o que chamaram de "reversão temporária" da retomada da economia brasileira.
Atribuem o fenômeno a dois fatores: o fim do auxílio emergencial que o governo
pagou aos brasileiros pobres até dezembro e a evolução da pandemia.
A exemplo do ministro da
Economia, a cúpula do Banco Central também condiciona a retomada do crescimento
à vacinação em massa. Integrantes da equipe econômica já dão de barato que o
movimento de recuperação esboçado no final de 2020 será revertido no primeiro
trimestre de 2021. Não é preciso ser especialista para perceber que os índices
econômicos estão acorrentados ao corona vírus. Pesquisa Datafolha informa que
71% dos brasileiros — sete em cada dez — avaliam que a economia só vai melhorar
depois que a vacinação for concluída.
Os infectologistas
estimam que será necessário vacinar algo como 70% dos 212 milhões de
brasileiros para que o país alcance a tão desejada imunização coletiva. Por
enquanto, foram vacinados menos de 0,4% da população. Não é por falta de
candidatos à vacina. De acordo com o Datafolha, 79% dos brasileiros — praticamente
oito em cada dez patrícios— desejam ser vacinados. O problema é que as vacinas chegam em ritmo de conta-gotas.
Num ambiente assim, a
guerra política em torno da vacinação é uma evidência de que os políticos não
sofrem de insanidade. Eles se deliciam com ela. A maneira mais rápida de
terminar uma guerra é perdê-la. A forma mais insensata de derrota é a rendição
para um vírus. O surto de irracionalidade ocorre na antessala da sucessão
presidencial. É uma ilusão imaginar que alguém pode sair vencedor de uma guerra
política em que o eleitorado entra com a vida ou com o emprego.
Se a vacinação invadir o
ano eleitoral de 2022, o Brasil será o condomínio de uma ruína, na qual o
cobiçado assento de presidente da República ganhará a aparência de uma cadeira
elétrica.
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