24/05 - DIA DO DATILÓGRAFO VAI ALÉM DO SAUDOSISMO !!!!
Apesar de ser uma profissão em extinção e os cursos terem fechado as portas, datilografar é a origem de um hábito mais do que moderno e essencial: A DIGITAÇÃO.
Hoje
é Dia do Datilógrafo. “Dati o quê?”,
perguntarão os teens, aqueles que estão na pré-adolescência e não passam dos
dez anos de idade. Isso mesmo: é dia do profissional da datilografia, que foi
um dos serviços mais importantes do mundo até meados da década de 80. São eles
os atuais “digitadores” da máquina
de escrever.
Não
fossem as máquinas de escrever provavelmente não estaríamos digitando nos
celulares como fazemos agora. E, antes que se fale de sua importância, é bom
lembrar que datilografia é uma palavra de origem grega: dáctilo significa dedo e grafia significa escrita. Então, ter o
diploma do curso de datilografia era o equivalente a dominar a arte de bater
textos com os dedos através do uso do teclado da máquina. Uma arte essencial.
À
época, por cerca de 100 anos, “tirar
o curso de datilografia” era condição sine qua non para quem trabalhasse no
setor comercial e de serviços, nas repartições públicas, nos bancos e todos os
escritórios.
A
invenção – a máquina de escrever – foi uma prerrogativa do mundo moderno, onde
havia necessidade de maior rapidez e uniformidade da escrita. Com ela, o
desenvolvimento econômico e social era acelerado, a fluidez da comunicação
muito maior e mais ainda: tornou-se até
movimento de emancipação da mulher no mercado de trabalho.
RELÍQUIA
Hoje,
a máquina de escrever e suas marcas mais expoentes, a Remington e Olivetti,
viraram objeto de decoração e relíquia. Os cursos de datilografia
foram substituídos pelos de digitação (há
quem garanta que, no futuro, nem isso haverá e as crianças já nasçam
digitando!). Coisa do passado. Porém, há quem ainda use a máquina de
escrever.
Afinal,
só se passaram 30 anos após a introdução do computador na vida da gente. Assim,
apesar de ter se tornado relíquia e digna de colecionadores, uma máquina de
escrever não é algo tão obsoleto assim.
USO CONTÍNUO
Depender
da máquina traz dificuldades quando é necessário um conserto. Já não há
oficinas. Mas vale lembrar que máquina de escrever não é algo que dê tanta
manutenção e que estrague facilmente.
TECLAR SEM OLHAR
O
interessante é que o curso de datilografia - durava em média 6 meses, com aulas
pelo menos três vezes por semana - era também um curso de formação em
secretariado. Depois de aprender e decorar teclar sem olhar para o teclado, as
lições que começavam com “ASDFG” na
mão esquerda repetidos à exaustão, terminavam com o aluno aprendendo a formatar
uma carta, um currículo, fazer um pedido de emprego, encaminhar a solicitação correta (em um português escorreito) de um
pedido de ajuda, por exemplo. E, claro, transcrição de cartas pessoais,
correspondências trocadas entre bons autores, poesias de escritores famosos e
até orientações de boa convivência. Então,
aprender datilografia trazia também lições para a vida.
ECONOMIA
E há quem até hoje ache muito complicado usar um computador, além de caro. Em época de necessidade de poupar os recursos hídricos, quer coisa melhor do que não ter que plugar a máquina na energia elétrica? Embora tenha existido a máquina elétrica, é a sua versão mecânica mesmo que correu o mundo.
“Ainda hoje há suprimentos, como fitas no mercado, mas me preocupa o dia em que não existir mais”, embora me lembre com prazer que o disco em vinil voltou com tudo a despeito da invenção do CD, DVD e mais recentemente o Blu-Ray.
Mas
isso não quer dizer que eu seja avessa à
tecnologia. Ao contrário, foi graças à datilografia que se adaptou facilmente
ao smartphone. Nele, eu digito de tudo. E devo isso ao teclado Qwerty.
Para
quem não reparou ainda, no teclado do telefone ou do computador, está a palavra
“Qwerty” são as primeiras letras. A
disposição das teclas foi patenteada pelo inglês Christopher Sholes em 1868,e
vendida à Remington em 1873, quando foi visto pela primeira vez em máquinas de
escrever.
‘PC COM IMPRESSORA’
“Uso
o smartphone porque é rápido, não tenho muita paciência para esperar um PC,
notebook. Ficar abrindo, iniciando”, eu divido a percepção infanto-juvenil de
que uma máquina de escrever é um computador que já vem com impressora e não
precisa de energia elétrica. Pelo menos é o que parece que pensam os que, tendo
menos de 15 anos, são apresentados pela primeira vez ao engenho.
“EU SOU DATILOGRAFA
COM MUITO ORGULHO”
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