POR QUE O JAPÃO DESCOBRIU ANTES DO BRASIL A VARIANTE DO CORONAVÍRUS !!!! (Parte 3)

A BUROCRACIA BRASILEIRA PARA APROVAÇÃO E LIBERAÇÃO DE RECURSOS

O virologista Fernando Spilki, professor da Feevale, diz que o Brasil tem condições de "recuperar o terreno perdido" nessa área daqui para frente, com a liberação de recursos para pesquisas relacionadas à covid-19.

Ele está à frente da rede Corona-ômica BR MCTIC/Finep, um grande projeto de sequenciamento do Sars-CoV-2 que começou a ser desenhado em fevereiro do ano passado e recebeu a primeira parte do financiamento — que vai chegar no total a cerca de R$ 10 milhões — entre setembro e outubro.

A demora para liberação de recursos, segundo ele, não é exclusividade do momento atual, mas "a rotina do pesquisador brasileiro".

A rede conta no momento com 14 instituições associadas, com 30 bolsistas CNPQ e mais uma centena de pesquisadores. Um dos objetivos é mapear as linhagens do coronavírus que estão circulando em algumas regiões do país e entender o significado prático de algumas mutações.

Comentando sobre o esforço dos cientistas do país na área de vigilância genômica do coronavírus, o virologista acrescenta que a nova variante que circula em Manaus foi detectada primeiro no Japão e não no Brasil "por uma questão de horas".

Ele se refere ao trabalho dos cientistas do Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (grupo Cadde), que publicaram dois dias depois da notificação das autoridades japonesas um estudo preliminar em que detalhavam a variante.

O grupo, que também tem se dedicado a acompanhar por meio da análise genética a evolução do coronavírus, é coordenado pela imunologista Ester Sabino, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, que também esteve à frente do primeiro sequenciamento do genoma do Sars-CoV-2 realizado no país, em fevereiro de 2020.

Já o Japão não está entre os 10 países que mais têm feito sequenciamento do genoma do vírus em proporção ao total de infectados, mas tem realizado uma política de vigilância epidemiológica ativa em seus aeroportos na tentativa de evitar um aumento explosivo no número de casos da doença.

A grande maioria dos aeroportos conta há meses com "estações de quarentena", para onde são enviados os viajantes com diagnóstico positivo para covid.

O país realiza testes em massa nos turistas e residentes que chegam do exterior — daí a razão por que identificou com rapidez a variante que circula no Amazonas.

O Brasil, por sua vez, não faz vigilância epidemiológica ativa nos aeroportos. As medidas estão mais rígidas desde o dia 31 de dezembro, quando o país passou a exigir dos passageiros de voos internacionais um comprovante de diagnóstico negativo da doença de até 72 horas antes do embarque.

Antes disso, contudo, havia protocolos para casos suspeitos, mas, como se sabe, uma grande quantidade de casos de covid-19 é assintomática.

© Getty Images Variantes encontradas no Brasil, Reino Unido e África do Sul têm mutações nos genes que codificam a espícula, a estrutura que fica na superfície do vírus e permite que ele invada as células do nosso corpo


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