POR QUE O JAPÃO DESCOBRIU ANTES DO BRASIL A VARIANTE DO CORONAVÍRUS !!!! (Parte 5)
A VARIANTE DE MANAUS
A virologista italiana Marta Giovanetti, que desde
2016 realiza pesquisas no Brasil e tem se dedicado à vigilância genômica do
Sars-CoV-2 aqui, ressalta que o modelo britânico é um ponto fora da curva.
Para ela, a resposta do Brasil foi mais interessante
do que a de seu país, que só mais recentemente passou a sequenciar mais genomas
e a "produzir mais conhecimento".
"A gente viu que as regiões mais afetadas (na Itália)
geraram genomas na ordem de centenas. Isso não descreve a realidade do que
aconteceu, não permite realizar algum tipo de inferência", afirma.
"Isso foi um pouco diferente no Brasil — lógico que poderia
ser bem melhor", completa.
Assim como a variante identificada no Reino Unido e
na África do Sul, a encontrada em Manaus apresentou mutações nos genes que
codificam a espícula, a proteína que permite a entrada do vírus nas células
humanas — e que pode indicar um aumento na transmissibilidade do vírus.
Os dados analisados indicam que ela surgiu entre
novembro e dezembro, diz Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). O pesquisador
espera aumentar o número de sequenciamentos para identificar se a nova linhagem
está circulando em todo Estado e, em caso positivo, com qual frequência. Por
enquanto, não há dados sobre a circulação da variante no restante do país.
Para Naveca, por mais que a evolução do vírus seja
esperada, a nova cepa encontrada no Reino Unido, na África do Sul e, agora, no
Brasil chamam atenção.
"Elas acumularam muitas mutações em pouco tempo, acima do
que a gente estava vendo até o momento."
Ainda assim, as razões por trás da explosão no
número de casos no Amazonas ainda precisam ser melhor estudadas, diz o
pesquisador, já que a explicação pode ser multifatorial.
Além da variante que pode ser mais contagiosa, a
região entrou em novembro na temporada de vírus respiratórios, com o "inverno amazônico", e ainda
reduziu o distanciamento social no período de festas.
Por isso, o cientista faz um apelo aos brasileiros
para que sigam as recomendações para tentar evitar a disseminação do vírus no
país.
"O vírus mutante não atravessa a máscara, não resiste à lavagem das mãos com água e sabão, ao uso de álcool gel. A transmissão também é evitada com o distanciamento social."
fonte>noticias/ciencia-e-tecnologia
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